OS
TRÊS ASPECTOS DA TENTAÇÃO
“3E,
CHEGANDO-SE A ELE O TENTADOR, DISSE: SE TU ÉS O FILHO DE DEUS, MANDA QUE ESTAS
PEDRAS SE TORNEM EM PÃES. 4ELE, PORÉM, RESPONDENDO, DISSE: ESTÁ ESCRITO:
NEM SÓ DE PÃO VIVERÁ O HOMEM, MAS DE TODA A PALAVRA QUE SAI DA BOCA DE DEUS. 5ENTÃO O DIABO O TRANSPORTOU À CIDADE
SANTA, E COLOCOU-O SOBRE O PINÁCULO DO TEMPLO, 6E
DISSE-LHE: SE TU ÉS O FILHO DE DEUS, LANÇA-TE DE AQUI ABAIXO; PORQUE ESTÁ
ESCRITO: QUE AOS SEUS ANJOS DARÁ ORDENS A TEU RESPEITO, E TOMAR-TE-ÃO NAS MÃOS,
PARA QUE NUNCA TROPECES EM ALGUMA PEDRA. 7DISSE-LHE
JESUS: TAMBÉM ESTÁ ESCRITO: NÃO TENTARÁS O SENHOR TEU DEUS. 8NOVAMENTE O TRANSPORTOU O DIABO A UM
MONTE MUITO ALTO; E MOSTROU-LHE TODOS OS REINOS DO MUNDO, E A GLÓRIA DELES. 9E DISSE-LHE: TUDO ISTO TE DAREI SE,
PROSTRADO, ME ADORARES." MATEUS
4:3-9
O fato de Jesus ter sido tentado não é algo
para nos assustar, muito menos desanimar.
O que temos que saber é que a tentação dele
foi circunstancial e nada tem de potencial. A nossa, sim, é potencial. Pense
comigo no seguinte: Jesus foi tentado em razão das trevas interiores dele? Não.
De forma alguma. Nós dissemos que a tentação dele foi circunstancial a indicar
para nós que chega um determinado momento na etapa evolutiva em que a tentação
praticamente passa a inexistir em razão da ausência de treva íntima. Percebeu? O
Cristo divino é a luz máxima vigorante que conhecemos e ele está, vamos dizer,
imune a determinadas propostas de natureza inferior. Tentá-lo é como se alguém
quisesse lançar uma bola de tênis sob um muro de concreto de um metro de
espessura.
Essa bola afetaria em algo a estrutura do
muro? Claro que não. Triste seria, e talvez nem estivéssemos aqui estudando,
seria se ele tivesse caído na tentação.
Os três aspectos ou expressões em que a
tentação de Jesus se manifestou definem exatamente as três áreas básicas suscetíveis
de propiciar nossa queda no mundo. Dizem respeito às propostas sobre as quais a
tentação se desenvolve.
Basta avaliar com carinho e veremos que
elas incidem em cima de certos ângulos que ainda constituem as nossas
fragilidades. Opera na síntese do que nós cultivamos ainda em termos de
necessidades, de interesses e de desejos, em razão da nossa retaguarda.
Correspondem aos três pontos nevrálgicos, se é que podemos dizer assim, da
nossa personalidade, em que a todo o momento nós somos testados nas
circunstâncias mais diversas. Isso é algo que precisamos considerar e ter
sempre em conta se realmente quisermos crescer.
O primeiro ponto da tentação surge daquela
ideia de se transformar pães em pedras.
Ou seja, ela incide na questão da
alimentação. Alimentação, e isso é muito importante, não apenas no sentido
somático, físico, biológico, mas também no seu aspecto psíquico. Mais do que a seleção de componentes que
objetivam a satisfação e o reconforto do estômago temos também a necessidade de alimentação
na sua acepção mental, pois sabemos que o homem não vive apenas de pão
material. É essencial para a harmonia no plano íntimo a filtragem e a firmeza com
que nos abastecemos dos pensamentos.
Jesus ter sido levado ao pináculo do templo,
lá ser mostrado para ele todos os poderes temporais e afirmado que aquilo tudo
poderia ser dele, mostrar-lhe toda a hegemonia do mundo no seu campo temporal e
perguntar se ele não queria ser dono de tudo, no campo horizontal dos acontecimentos, é outro aspecto que, sem dúvida, não podemos esquecer. O fascínio e o apego pelas coisas
materiais é outro ponto que tem nos colocado em situações de embaraço.
E falar da autoridade que ele tinha de pular
do pináculo do templo para que os anjos pudessem segurá-lo na caída define a utilização
do exercício da autoridade.
Essa questão relacionada
com o poder, como faceta da serpente viva dentro de nossos corações, mostra um
elemento que tem jogado muita gente para baixo, não tem? É o terceiro ângulo que
tem nos colocado em situações difíceis, e que diz respeito ao desafio nosso quanto
à utilização dos poderes conquistados.
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